ROAD TRIP PELOS E.U.A | ASPETOS PRÁTICOS


Na sequência do post anterior onde abordamos 5 pontos, na nossa opinião, essenciais ao planeamento de uma road trip, neste post decidimos abordar 5 aspetos práticos a ter em conta para tirar o melhor partido desta experiência. 

1# - Gadgets, aplicações, guias e mapas 

Quando falamos em road trips, orientação é uma das palavras-chave.

Na viagem de carro usamos sempre 2 GPS - um que seguimos passo a passo (da Garmin), e outro com um plano geral do mapa (telemóvel com a aplicação HERE Maps, agora HERE WeGo - uma app de download gratuito, com mapas também gratuitos).

Por cautela, levamos sempre um cabo para isqueiro com 2 saídas USB, permitindo ligar os 2 dispositivos. 

Esta estratégia de utilizar 2 dispositivos com GPS é preventiva, pois permite ter um backup caso algum equipamento perca sincronização; assim como nos dá hipótese de escolha entre 2 alternativas, pois os gadget nem sempre estão de acordo nas direções que dão; e ainda permite ter simultaneamente uma visão de perto e outra alargada do percurso que estamos a fazer.

Quando antecipamos alguma situação de trânsito que poderá gerar maiores dúvidas, (e.g. chegada à fronteira), imprimimos alguns planos do percurso, sinalizado no googlemaps. 

Chegados ao destino utilizamos sempre a aplicação HERE WeGo onde assinalamos os principais pontos, para nos guiarmos, e se formos explorar o local mais ao pormenor gostamos sempre de ter um mapa em papel, para planearmos de forma mais concreta o nosso percurso. Uma das minhas souveniers preferidas é um mapa rasurado!

Este planeamento in loco é feito tendo em conta os pontos/experiências programados, o tempo efetivo de estadia, e também o nosso cansaço e disposição.

Por vezes utilizamos a app do tripadvisor quando queremos feedback sobre algum restaurante ou atividade/atração. Sempre com o cuidado de filtrar os comentários tendo em conta o nosso perfil.

Levamos connosco um guia, neste caso o guia Southern USA da Lonely Panet, para resposta a possíveis dúvidas de última hora.  

Outra estratégia é pedir orientações. Nos E.U.A. fartamo-nos de pedir orientações aos polícias. 

Outro equipamento indispensável é o portátil, através do qual vamos guardando as nossas fotos e vídeos. 

2# - A moeda/os pagamentos 

Sempre que viajamos para um país onde a moeda não é a nossa coloca-se a questão dos câmbios. 

No caso dos E.U.A., vimos com o nosso banco que o Free Travel Card (cartão recarregável e isento de taxas de utilização) era a melhor opção, assim como levar algumas dólares connosco para situações em que não fosse possível utilizar o cartão. Levamos ainda o cartão American Express, no caso das outras duas opções falharem. 

Em Portugal estamos "mal habituados" com a maioria dos estabelecimentos comerciais e serviços a terem terminais de MB, e com uma ATM a cada esquina. Em grande parte dos países que já visitamos, a situação é diferente, e no caso específico dos E.U.A este sistema não está tão desenvolvido como o nosso. 

Para cálculo dos câmbios utilizamos a app XE currency. Esta aplicação funciona em atualização com as bolsas mundiais, tendo o câmbio em tempo real, quando online. Funciona perfeitamente offline com base nos últimos dados recebidos.

3# - A alimentação 

Somos muito descontraídos em relação a este ponto. Talvez será daqueles a que damos menos importância durante o planeamento, no sentido em que, não pesquisamos restaurantes com antecedência, apenas pesquisamos sobre a gastronomia típica, que depois tentamos experimentar nos restaurantes que vamos encontrando. 

Não organizamos o nosso roteiro em função deste tópico. Quando pretendemos almoçar ou jantar procuramos aquela que nos parece a melhor opção nos arredores, tendo em conta o preço e oferta de produtos locais. Para uma experiência mais genuína procuramos opções fora dos roteiros turísticos e preferencialmente frequentadas por locais.

Para o pequeno-almoço (quando não está incluído na diária do quarto), costumamos comprar nas superfícies comerciais os produtos necessários para o preparmos no quarto e assim poupamos algum dinheiro. O mesmo acontece para lanches ou águas, embora nas cidades de Washington DC e Nova Iorque a água seja potável e consiga encher a garrafa nas fontes existentes pela cidade. 

4# - Os transportes 

Nas grandes cidades em que se colocam constrangimentos com o preço do estacionamento ou com a disponibilidade de espaços ou ainda morosidade do trânsito, temos por hábito deixar o automóvel no estacionamento do hotel e explorar as cidades, utilizando os transportes locais. Neste caso, estudamos os sistemas de transportes das cidades do nosso percurso onde esta questão se colocaria - Washington DC e Nova Iorque. 

Nas cidades onde apenas fizemos paragem conseguimos estacionar o automóvel no centro da cidade. Embora os preços dos estacionamentos sejam, no geral, bastante elevados, era a nossa única opção, tendo em conta o tempo disponível. 

Em Washington DC, uma vez que éramos 5 pessoas e o hotel ficava a cerca de 10 minutos de carro do National Mall, utilizamos táxi durante o dia (pagamos cerca de 12euros/viagem, mais barato do que utilizar o autocarro/metro) e à noite levamos o automóvel, estacionando-o facilmente e com pagamento só até às 22h (até às 3 a.m.). 

Para Nova Iorque tínhamos pensado utilizar o metro, por ser a opção mais económica, a qual já utilizamos anteriormente. Assim, o nosso plano era deixar o automóvel no hotel, deslocarmo-nos de bus (2.50euros/pessoa com paragem em frente ao hotel), de New Jersey a Times Square, e depois no metro ou a pé. 

No entanto, como tínhamos poucos dias e pretendíamos uma passagem relaxada pela cidade, sem um plano muito concreto, optamos por comprar o passe de 48h para os autocarros hopp-on, hopp-off, dos quais sou assumidamente fã! Esta opção permitiu ainda estarmos sempre em contacto com as ruas da cidade, atendendo a pormenores que passam despercebidos quando usamos o metro. 

No entanto, para uma viagem mais prolongada e/ou para uma primeira visita em que se pretende rentabilizar o tempo, recomendamos como meio de eleição o metro (recomendamos a compra do metrocard), pois o trânsito consegue ser caótico em algumas alturas do dia e no autocarro perderá muito tempo.

Se gosta de andar e o tempo não é um problema, estas são cidades para se explorar a pé! 

5# - Viajar com flexibilidade 

Preparar a viagem ao pormenor não significa rigidez. Não fazemos pesquisas com o objetivo de criar listas de pontos a picar, mas sim para identificarmos os pontos que gostaríamos de conhecer e as experiências que gostaríamos de ter, de forma a tirarmos o melhor partido do destino (e.g. sentar-me na grande relva do central park ou tomar uma refeição amish caseira).

Para além de, obviamente, alguns pontos considerados turísticos e que para nós têm também significado, procuramos experiências off the beaten path e que nos ajudem a sentir o que é viver em determinada cidade ou país. Por isso, os nossos roteiros e sugestões por vezes deixam de fora algumas experiências cliché, por não considerarmos que são enriquecedoras da vivência de determinado lugar. 

Dificilmente ficamos frustrados quando os planos não correm como previsto porque tudo faz parte da experiência de vivência de um destino.

Procuramos experienciar os nossos destinos de forma a que quase possamos sentir o que seria ali viver.

Mais do que VER e FAZER, procuramos pôr os 5 sentidos a trabalhar. Esta é também a melhor forma de construir memórias.

Por isso, mais do que perguntar o que vi ou fiz, perguntem-me como me senti e o que aprendi, ou como penso que seria viver ali. Assim, preferimos um lugar em detrimento do outro, pelas emoções que nos despertou, e pelo grau de genuinidade das experiências que conseguimos ter.

Para nós, viajar é sempre uma experiência espiritual e de enriquecimento pessoal.

No próximo post, descrevemos o nosso roteiro. 

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