Roteiro de 10 dias pela Europa Central - Cracóvia







Gostamos tanto desta cidade que ela entrou para a lista de cidades “onde nos imaginaríamos a viver” e tivemos que dedicar-lhe um post!

Se estiver indeciso quanto ao número de dias que deve dedicar a Cracóvia, saiba que esta é uma cidade que se consegue ver num dia, mas vale a pena ficar alguns mais. Conseguimos percorrer o centro histórico de Cracóvia a pé e visitar os seus pontos principais, num dia e meio. Contudo, se tiver oportunidade de lá ir, nem que seja por um dia, não a deixe passar! 


Queremos partilhar consigo 10 sugestões para ajudá-lo a tirar o melhor proveito da sua passagem por Cracóvia e, se possível, gostar tanto desta cidade como nós!



#1 - Prefira estadia perto do centro histórico para conseguir explorar toda a cidade a pé.

Ficamos hospedados nos Apartamenty Pod Wawelem e já os recomendamos, tanto pela localização, como pela limpeza, vista, decoração e comodidades. 

Em termos de localização, ficamos mesmo ao lado do Castelo, com vista para o rio e conseguimos explorar todos os pontos a pé. Ao lado fica um parque subterrâneo onde estacionamos o carro.


Vista do apartamento para o Rio Vlatva

#2 - Tome uma refeição num Milk Bar

Ao preparar a viagem tínhamos ficado com curiosidade em tomar uma refeição nos Milk Bars, uma herança soviética, onde oferecem comida tradicional e barata. Encontramos o Bar Mleczny, na Rua Grodzka, e decidimos entrar para almoçar.

Foi mais uma experiência que adoramos por nos sentirmos imersos na cultura local, pois, não sabemos se por sorte, mas éramos praticamente os únicos turistas num espaço que estava lotado. Os Milk Bars funcionam como um refeitório - escolhemos num quadro na parede o que vamos comer, e vamos para a fila com o tabuleiro; pedimos, pagamos e já levamos a comida para a mesa. Saboroso e económico! Aqui, não deixe de provar os tradicionais Pierogi. É uma experiência que não pode perder em Cracóvia!


#3 - Percorra a Rota Real

A Rota Real marca o percurso que os reis faziam no dia da sua coroação. Comece pela Igreja de St. Florian, ponto mais afastado da rota, atravesse o Planty Park e passe pelo portão com o mesmo nome da Igreja, para entrar na cidade velha. Percorra a Rua Floriańska até à Praça do Mercado - Rynek Glówny. Note a Basílica de Santa Maria, o Mercado Sukiennice, a Igreja de S. Adalberto, e a Torre do Município. Siga pela Grodzka em direção ao Castelo e Igreja de Wawel, onde os reis terminavam o seu percurso de coroação.
Com este percurso fica com uma ideia geral do centro histórico de Cracóvia e pode escolher os pontos onde quer voltar com mais calma.



Basílica de Santa Maria 


#4 - Explore a Praça do Mercado - Rynek Glówny

Rynek Glówny, a principal praça e o coração da cidade de Cracóvia, tem 40.000 m2. Para além de ser considerada uma das praças mais bonitas da Europa, é também uma das maiores praças medievais do continente europeu.

Deambule pela praça durante algum tempo para absorver o ambiente da praça e explorar os seus elementos - Mercado de Panos - Sukiennice, Basílica de Santa Maria, Igreja de S. Adalberto, e a Torre do Município.

Comece por visitar a Basílica de Santa Maria, igreja Matriz de Cracóvia. De inspiração gótica, a basílica destaca-se a um canto da praça pelas suas torres assimétricas. O seu interior merece visita pela riqueza do altar e decoração das paredes e tetos. É um dos principais monumentos da cidade e data do séc. XIV.


Basílica de Santa Maria 

Caso pretenda visitar o interior, e estiver com pouco tempo para visitar a cidade, ou não gostar de esperar em filas, aconselho a compra online do bilhete, pois a fila pode ser enorme! No Verão é possível subir à torre mais alta, símbolo importante na história de Cracóvia, associado à lenda do trompetista. 
Uma das particularidades desta praça é o soar de um trompete hora a hora, que é interrompido abruptamente, em homenagem a um trompetista que, segundo contam, foi assassinado nesta torre por uma flecha quando alertava a cidade para a aproximação de uma invasão dos tártaros no séc. XIII.

O Mercado de Panos - Sukiennice foi inaugurado no séc. XIII como centro de trocas da cidade. O seu aspeto atual é resultado de atualizações sucessivas, não sendo possível atribuir-lhe um estilo arquitetónico específico. Enquanto que o piso superior é ocupado por uma galeria de arte polaca, no piso térreo funciona um mercado com barraquinhas de artesanato, roupas, jóias, e souvenires.


Sukiennice

A Torre do Município, com 70 metros de altura, é remanescente do edifício camarário que data do séc. XIV. Do seu topo consegue obter vistas sobre a cidade.

A pequena Igreja de São Adalberto, construída no séc. X, consegue passar despercebida à primeira abordagem à praça.

Não deixe de assistir ao pôr-do-sol na praça Rynek Glówny e fique para jantar. Percorra os diferentes restaurantes para ver que ementa, e preçário, são mais atrativos para si, sente-se na esplanada para um jantar muito agradável.


#5 - Colina de Wawel - Castelo e Catedral de Wawel

A colina do castelo abriga várias atrações - Catedral de Wawel, Museu João Paulo II, Cova do Dragão, o Palácio Real, Salas de Estado, Apartamentos Reais, o Tesouro da Coroa e Armas, Museu da Arte Oriental - por isso ao programar a sua viagem planeie dedicar algum tempo a este conjunto de pontos de interesse.

O Castelo de Wawel é um dos símbolos do país. Primeira residência dos reis da Polónia, a colina onde o castelo está construído era habitada desde o paleolítico. Quando a capital foi transferida para Varsóvia o castelo ficou abandonado e só mais tarde foi recuperado para utilizações militares. Na II Guerra Mundial foi residência do governo Nazi.

A Catedral de Wawel, local de coroação dos reis da Polónia e centro espiritual do país, está repleta de pontos de interesse. Para além da Capela de Sismundo, a Cripta, com alguns reis e heróis nacionais, ou o Mausoléu de São Estanislau, patrono da Polónia, o Sino de Sigismundo, o maior sino da Polónia, é um dos principais atrativos, que hoje em dia apenas toca em ocasiões especiais.


#6 - Visite e Jante no Bairro Kazimierz

Comprovamos que Kazimierz, o antigo bairro judeu, é a face da modernização de Cracóvia.
Na Praça Plac Nowy, escolhemos o restaurante que nos pareceu mais convidativo e acertamos! Desfrutamos de um agradável jantar no Mama Resto Bar. Desde a simpatia dos funcionários e chef, à qualidade da ementa, passando pela decoração e a própria seleção de música, estava tudo no ponto! Entre vários restaurantes e cafés este é o ponto mais animado da noite da cidade.
Na Plac Novy encontrará diversas barracas com comida de rua, e se conseguir prove a tradicional zapiekanki.

#7 - Passeie por Planty Park

O Planty Park é o parque e pulmão da cidade e ocupa o lugar da muralha defensiva de Cracóvia. Ao redor do centro histórico, este parque engloba diversos jardins e duas estruturas defensivas remanescentes da muralha - o Portão de São Floriano e o Barbacã.
É um parque muito agradável onde pode aproveitar para descansar depois da longa caminhada pela cidade velha.

#8 - Disfrute das manifestações de arte de rua.

Em frente ao Mercado Sukiennice, entre tanta escolha é difícil optar.



Artista de Rua em frente ao Mercado Sukiennice

Ao lado, a Praça do Mercado Pequeno - Mały Rynek, é palco de concertos.



Mały Rynek também é palco de concertos

Os artistas também se concentram perto do Portão de São Floriano.




#9 - Passeie nas Margens do Vistula e conheça o Smok Wawelski


A figura do Dragão de Wawel está ligada ao imaginário popular de Cracóvia e é um símbolo incontornável desta cidade. Diz a lenda que o temível dragão que mantinha o jugo da cidade foi derrotado por um sapateiro.
Apesar de derrotado Smok Wawelski habita ainda hoje as margens do rio.

#10 - Visite Auschwitz-Birkenau

Na sua passagem por Cracóvia, não deixe de visitar os campos de concentração de Auschwitz-Birkenau, para nós um dos pontos altos da nossa viagem pela Europa Central.
Para nós, devoradores de histórias sobre a II Guerra Mundial, foi a realização de um objetivo de longa data. Não sentimos necessidade de fazer o passeio com guia. Fizemos tudo por nossa conta. Reservamos o bilhete online no site do próprio museu, que nos envia o bilhete por email para impressão (Veja neste link como reservar a sua entrada).

Apesar da entrada ser gratuita, e de não pretendermos fazer visita guiada, é necessário reservar o dia e hora para a visita. Em Auschwitz, atenção às mochilas e bolsas que deverão cumprir as medidas exigidas. Tivemos que guardar as nossas num cacifo. Agendamos a visita para as 09:00 da manhã tendo em conta o tempo de condução desde Cracóvia, mas também na tentativa de evitar grandes multidões. 
Com o avançar da manhã o campo torna-se bastante movimentado, o que, se não fizermos um esforço de abstração, pode acabar por estragar a visita.
Seguimos ao nosso ritmo o que tornou a experiência muito mais pessoal. Não nos arrependemos, especialmente após presenciarmos o corre-corre dos grupos acompanhados por guia.
Birkenau é bastante menos movimentado, e não está tão conservado, nem orientado para o turismo como Auschwitz, mas para nós, que percorremos o campo praticamente de uma ponta a outra, vale sem dúvida a pena!

Não conseguimos por palavras transmitir o que esta experiência nos proporcionou.
A viagem de regresso a Cracóvia foi percorrida em silêncio, talvez porque precisássemos assimilar, individualmente, tudo o que tínhamos acabado de presenciar e sentir.

No dia seguinte, partimos para a Eslováquia, mas deixamos Cracóvia com vontade de ficar!



Comentários

  1. Adorei a descrição de tudo, não tinha grandes conhecimentos sobre Cracóvia e sem dúvida que aprendi bastantes coisas.
    Imagino a sensação de visitar os campos de concentração, deve ser uma experiência única.

    Beijinhos,
    AMOR'A SARA

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