"Eu nunca vi nada assim!", foi a minha reação ao
sairmos da Estação Santa Lucia (vindos de comboio desde
Florença).
Depois de Roma e Florença, a chegada a Veneza ofereceu-nos
uma experiência completamente distinta. Chegamos em hora de ponta e sentimos
imediatamente o porquê desta cidade ser considerada única.
O requinte arquitetónico de Veneza é inegável, mas para nós
o que torna esta cidade verdadeiramente única é o modus vivendi dos
seus habitantes. O melhor de Veneza é perdermo-nos entre pontes e canais e
observar a agitação nas suas águas; e é também perceber as vicissitudes e
potencialidades de viver numa cidade onde a comunicação é feita através de
canais.
A própria configuração da cidade já a torna única! Situada
na Lagoa de Veneza, esta cidade assenta sobre 118 ilhas e 177 canais, ligados
entre si por cerca de 400 pontes. Deste modo, apenas existem duas formas de
circulação no coração da cidade: a pé ou de barco pelos canais que servem a
função de estradas.
Por motivos de orientação é útil sabermos que o centro
histórico da cidade está dividido em 6 sistieri - Cannaregio (onde
a cidade comunica com o continente através da Ponte della Libertá e
a estação Santa Lucia); Dorsoduro (inclui a
ilha Giudecca); Santa Croce e San Polo; San Marco (inclui
a ilha de San Giorgio Maggiore, Praça de São Marcos, a Basílica e o
Campanário); San Polo (situado de um dos lados da Ponte Rialto).
As outras principais ilhas da lagoa são: Lido,
Murano, Burano e Torcello.
Já instalados, após a aventura de
carregar a mala escada a cima, ponte a baixo, saímos para comprar o passe para
o vaporetto, pois tínhamos como objetivo explorar os
canais de Veneza até à exaustão!
Seguindo pela Piazzale Roma e atravessando a Ponte
della Costituzione chegamos ao edifício
para comprar o passe para 72h, o que pelas nossas pesquisas saía mais em conta
para o que pretendíamos.
O
vaporetto percorre as rotas principais dos canais da cidade e faz também
a ligação entre as ilhas da Lagoa. É o meio de transporte de eleição dos
Venezianos.
Pelo caminho fomos tirando umas fotos. A casa esquina um
cenário cinematográfico.
Para a primeira noite tínhamos o objetivo de fazer
o reconhecimento do Grand Canal, e cumprimos o programado, mesmo na
primeira fila! A experiência no vaporetto também nos coloca em contacto
com os habitantes e conseguimos observar algumas características das suas
rotinas e dinâmicas de vida, à semelhança do que nas outras cidades acontece no
metro ou autocarros.
Anteriormente veículo de eleição dos venezianos, a gôndola
hoje em dia é uma atração turística. E porque andar de gôndola não é ser
veneziano optamos por não pagar os preços exorbitantes que nos pediam, até
porque sentimos que esta experiência não iria enriquecer a nossa vivência de
Veneza. Uma das atividades mais interessantes, independentemente do veículo
escolhido, é percorrer o Grand Canal depois do anoitecer.
O Grand Canal “começa” perto da estação de Santa Lucia e
serpenteia pelos sestieri centrais, para terminar junto à Basílica de Santa
Maria della Salute, junto à Piazza San Marco. Neste percurso, para
além da peculiaridade de ser a “estrada” principal de Veneza, podemos ver
alguns dos edifícios mais conhecidos da cidade - Casino de Veneza, Museu Ca
D'Oro, Palazzo Barbarigo, Ca'Rezzonico, casa de Peggy Guggenheim,
entre outros.
Ao fundo, a Ponte Rialto, cujo interior abriga
pequenas lojas. Esta ponte deve o seu nome a um mercado aqui existente, sendo
hoje em dia um dos principais testemunhos do passado mercantil de Veneza.
No dia seguinte, decidimos dedicar a manhã a Murano,
dado o reconhecido valor dos seus vidros e o impacto desta indústria na
economia local.
Por um valor significativo podemos visitar a Vetreria
Murano Arte. É uma experiência que vale a pena.
Ficamos a saber que a concentração de vetrerias em Murano
deve-se ao facto de no séc. XIII todos os cristaleiros de Veneza terem sido obrigados
a mudar-se para Murano dado o risco de incêndio inerente a esta arte.
A par da indústria do vidro conseguimos captar algumas cenas
do quotidiano de Murano.
Almoçamos em Murano e regressamos a Veneza.
Apesar de termos optado por não fazer o passeio de
gôndola, estas fazem parte do cenário de Veneza e mereceram a nossa atenção
pelos seus pormenores decorativos, reminiscentes do requinte desta cidade.
Outra atividade que recomendamos é simplesmente passar
tempo na Ponte Rialto, observando a agitação em hora de ponta. Demos
por nós a tentar identificar habitantes locais entre a multidão e assim conseguimo-nos
distanciar da agitação turística para nos focarmos
no que nos motivava - o modus vivendi dos
venezianos. Nós não estávamos ali só para ver e fotografar a Ponte Rialto,
mas sim para experienciar toda a azáfama da vida em Veneza.
De preferência assista ao pôr-do-sol por aqui!
Os gondoleiros servem-se da arte do entretenimento para atrair clientes.
As cenas do quotidiano que presenciamos em Veneza são exclusivas desta cidade com características muito específicas e que, por isso, não são passíveis de reprodução em outro lugar do mundo!
Num mercado tão competitivo, a atenção ao pormenor merece grande investimento
por parte dos gondoleiros.
Na manhã seguinte viemos dar com este espetáculo. Um desporto perfeitamente integrado na dinâmica e particularidade desta cidade. Estudiosos da área do Desporto consideram que estas competições são originárias de Veneza, do séc. XIV.
Depois de assistir a esta prova que merece apoio entusiástico por parte da população, seguimos em direção à Praça de São Marcos.
No lado oposto à Praça de São Marcos fica a ilha de San Giorgio Maggiore. Nesta igreja podemos ver os últimos quadros de Tintoretto, entre eles A Última Ceia, e a partir da sua torre conseguimos vistas fantásticas para a Praça e Basílica de São Marcos.
Durante o resto da nossa estadia em Veneza dedicamo-nos àquela que foi a nossa atividade favorita: explorar Veneza off the beaten path, e perdemo-nos diversa vezes, claro!
“Vamos ver onde isto vai dar?”.
No dia seguinte, chegou a hora de partir. Da Praça de
Roma apanhamos o AeroBus em direção ao Aeroporto Internacional Marco Polo.
Partimos trazendo Veneza no coração!
Para um desconto de 15 euros no Booking reserve a sua estadia através deste link.
Para um desconto de 15 euros no Booking reserve a sua estadia através deste link.
Fiquei mesmo com (ainda mais) vontade de visitar :)
ResponderExcluirVolta & Meia
Facebook
E eu tenho vontade de regressar :)
ExcluirVeneza é uma das minhas 5 cidades preferidas. Voltava já. :D
ResponderExcluirEstou montando meu roteiro da Itália para agosto e não pensei em incluir Veneza. Vou até rever. Fiquei babando com suas fotos e seu relato.
ResponderExcluirQue sonho deve ser conhecer Veneza! Parabéns pelo relato. Um dos destinos que mais quero conhecer na Itália!
ResponderExcluirAdorei ver Veneza por seu olhar. Já estive 3 vezes nesta cidade mágica e irei outras se puder. Quanto a navegar pelos canais à exaustão, a melhor experiência que tive foi pegar o vaporetto direto ao aeroporto Marco Polo até San Marco.
ResponderExcluir